25 fevereiro 2014

Confiar na justiça divina

(Mensagem de Mahavatar Babaji por inspiração recebida a 28.01.2014 por Ana Isabel Freitas para ser apresentada no dia 23.02.2014 aos presentes no trabalho de oração pela queima kármica)

Venho esclarecer-Vos, meus filhos, sobre a importância de aceitar plenamente a justiça divina.
Nada acontece fora do plano divino, a regulação divina é omnipresente.
O princípio Creador não controla, crea. Crea toda a manifestação e esse ato creador segue as leis do próprio divino. As Leis do Divino são a Sua própria natureza. Não são auto-impostas, quanto mais objecto de controlo! São e resultam da expressão natural da divindade.
Embora, por vezes, na dimensão em que vives, o mundo possa parecer caótico, a Creação divina não pode ser senão perfeita. Quando consegues perceber esta Verdade no teu coração, acabam-se os dramas. A aceitação de tudo é automática e já nada rejeitas. Por isso, nada do que acontece mexe com as tuas emoções.
Aos olhos dos outros, podes parecer frio, distante, egoísta, porém, só pode fazer esse julgamento quem ainda julga o próprio divino como injusto. Aquele que está iludido, aquele que ignora.
Se não deres atenção às ilusões do outro, não te deixas contaminar pela sua negatividade. Tudo deves observar como testemunha. Não te “impliques” no filme que estás a ver. Observa, reflecte, decide como o juíz cujo dever é a imparcialidade e a aplicação rigorosa e compassiva (rigor com amor) da Lei. Decide apenas na tua vida.
Cada vez que as tuas emoções se perturbam, estás na mente, a funcionar a partir da mente e receberás a fatura em negatividade que absorveste e da qual terás de te libertar.
Tu és o senhor do teu reino. Só as tuas desatenções e falhas podem permitir a entrada de intrusos e ladrões.
Sê uma fortaleza de fé no divino, na Sua justiça eterna e não terás mal de que te queixes, para sempre, tudo estará certo.
Não dês a tua atenção à deslealdade do outro e ela não te afectará.
O que os outros fazem não é da tua conta, mas se quiseres que seja, pagarás a conta com eles. Esta é a solidariedade que os humanos mais praticam. Depois, queixam-se das dívidas que acumulam.
Faz o bem e não olhes a quem. Faz o bem, porque nada sabes sobre o mal! Essa é a maior luz, essa é a maior proteção que afasta e anula qualquer energia das trevas.
Fala através dos teus atos. Usa menos e menos palavras e fala através das tuas acções que assim terão maior força e a mensagem surgirá clara mesmo na mente mais confusa e no coração mais fechado.
Quando procuras alguém que te liberte dos teus tormentos, perdes a oportunidade de livrares-te deles para sempre.
Quando ajudas alguém a aliviar um pouco a carga que acumulou, dá-lhe consciência do que na verdade acontece e ajuda-a a compreender a importância de mudar.
A melhor ajuda que podes dar a qualquer ser humano de qualquer idade e condição é a luz do teu exemplo, uma vida sábia e a força e a pureza do teu amor!
Eis as orientações que te dou, filho que me ouves, este é o manual para a libertação: moksha!
Muda os teus padrões, retorna à naturalidade e viverás na luz, mesmo na dimensão em que te encontras.
Respeita cada um dos seres da Creação, por isso deixa que cada um siga o caminho que escolhe. Não te inquietes que todos têm as suas oportunidades, não percas tu, a tua!
Para que possas viver com sabedoria, é imprescindível que desenvolvas a inteligência. Será que a tua inteligência não anda adormecida? É preciso que a testes, que a exercites. Interpreta em profundidade esta e outras mensagens que te cheguem à mão como mensagens minhas, textos dos meus discípulos e todas aquelas em que reconheças o selo do conhecimento autêntico. É para o teu crescimento, é para a tua libertação! Há palavras que corroem as grades da tua prisão Se e só Se as deixares atuar no teu coração.

Om Namah Shivayai Namaha!



Nota importante: O leitor deverá ler esta mensagem tendo sempre em mente o seu título, pois o Mestre aborda várias questões relacionadas com o tema central da justiça divina, dando excelentes orientações para podermos melhorar a nossa compreensão do funcionamento dessa Ordem Natural. O Mestre é objectivo, claro e muito sintético, nesta mensagem, pelo que cada parágrafo carece de “mastigação” para poder ser verdadeiramente compreendido e aplicado.

21 fevereiro 2014

O Tempo Divino... Esse tempo

(Texto de Ana Isabel Freitas)

O tempo divino é o tempo eterno, o tempo sem tempo… É estar, ser, fluir sem ontem e sem amanhã, no pleno contentamento de ser, da consciência de ser, de observar, de sentir, de se dar e de se abrir em plena confiança e naturalidade.
O tempo divino é de desconstrução e de espontaneidade. Esse tempo não admite “ter”, apenas “ser”, por isso não há peso. É leveza e movimento harmonioso, puro gozo.
Quando deslizo para esse tempo tão diferente e também algo familiar, há um sorriso que se instala p’ra ficar…
E quão doce é esse tempo! Produz-se o encantamento pela duração do momento que, em mim, esse tempo durar.
Esse tempo é, também, beatitude e contemplação. O Ser abre-se em flor, nesse tempo, em que mergulha e se funde. Em total receptividade, testemunha a glória da Creação (1) e, nela, participa sem ação nem omissão.
Esse tempo é puro alimento que vivifica o Ser e o mantém desperto e atuante no instante em que esse tempo acontecer.
No tempo divino, o ser é brilhante, pura Vida, una e mutante na alegria do acontecer.
O tempo eterno é o sentimento de “ser”, sem pensamento e sem vontade, sem origem e sem fim. O tempo eterno existe em mim, no Eu Sou esse tempo assim.
O tempo divino acontece quando o Eu Sou se redescobre e se liberta do pó que o encobre no tempo em que anda esquecido de Si.
Caminhando com crescente naturalidade, não podes senão reencontrar o tempo em que hás-de ficar, esquecido da tua individualidade, de regresso à única identidade que sempre tiveste: Divina!

(1)  – Creação – com esta grafia refere-se ao ato do Princípio Creador.

14 fevereiro 2014

Falamos ao teu coração

(Mensagem por inspiração recebida das Mães Divinas Saraswati e Maria a 07.02.2014 por Ana Isabel Freitas)

Amados Filhos! Sintam a vibração destas palavras que são o gesto materno que vos acolhe para sempre no coração da grande Mãe.
Eu, Mãe Saraswati, represento a Mãe no papel de educadora, aquela que fornece orientação firme para a luz.
Eu, Mãe Maria, represento a Mãe de doçura que acolhe o filho incondicionalmente e o ampara sempre. Para o filho que se volta para a Mãe, nunca há desamparo.
Juntas, as nossas presenças convosco atuam para remover os bloqueios à ação da energia da Mãe nas vossas vidas, em todas as dimensões do ser e em todas as áreas da vossa vida.
Hoje falaremos em especial ao coração espiritual dos seres masculinos.
Muitos seres encarnados no masculino confundem a energia da Mãe do Céu com a energia das mulheres com quem se cruzam e convivem. Quando estas não são verdadeiras embaixadoras da energia do sagrado feminino, os seres masculinos fecham-se à energia da Mãe Divina, assim, dificultando a sua existência terrena.
O clima de desconfiança está instalado. É responsabilidade de todas as mulheres contribuírem para remover, dissolver estas marcas e anular estes desvios. Como? Agindo, pensando e sentindo com lealdade, abstendo-se de manipulação e sendo diretas e verdadeiras.
Aos homens, recomendamos que incitem as mulheres a essa honestidade. Ponham a claro qualquer manipulação. Para tal têm de ser mais atentos e observadores. Têm de ter mais desejo de verdade e menos de acomodação.
Os homens também têm de ser verdadeiros. Não podem esperar verdade se vivem em dualidade. Saibam fazer escolhas responsáveis e não tentem reunir no mesmo saco todo o tipo de proveitos. É preciso saber fazer escolhas e ser coerente. Senão, acabam por não encontrar satisfação duradora em nada.
Agora, falamos para ambos, seres masculinos e seres femininos. É preciso saber estar em intimidade não devassadora. A intimidade exige máximo respeito. Quando o outro abre a porta do seu “lar”, do seu interior, é preciso ter respeito por esse gesto de confiança. Ao invés de soltares as palavras sem controlo, deves medir o que dizes para que não faltes à confiança que te foi dada e o para que o outro não se feche em protecção.
E para quem abre a porta de acesso à sua intimidade, é preciso que não o faça num ato de precipitação e que verifique se existem condições para fazê-lo. Se a outra pessoa deu provas de confiabilidade.
Ainda sobre a intimidade vos advertimos: a intimidade não obriga à exposição completa e obrigatória. Todos têm o direito de reservar aquilo que não têm vontade de expor. Consequentemente, não deves afrontar o outro com perguntas e sim deves aguardar que ele/ela partilhe.
Quando alguém partilha, fá-lo porque confia. Naturalmente, sabemos que também acontece por necessidade de falar. No entanto, aqui falamos pressupondo que já sois suficientemente sensatos para entender estes ensinamentos.
Voltando, quando alguém partilha, fá-lo porque confia. Se não há confiança, ambos vão ter de trabalhar para alterar essa condição.
Se o outro não confia, lembra-te que não é necessariamente porque não és confiável. A maior parte das vezes, as pessoas não confiam por causa de medos e de bloqueios próprios. Quem ama é paciente. Quem ama compreende. Essas são as maiores ajudas.
E se a paciência se esgotar? É sinal de que não se amava de verdade? Não necessariamente. Se a outra pessoa não faz o seu trabalho, não tens de esperar indeterminadamente. No entanto, não a julgues nem a acuses, partilha o teu sentimento e se tiveres de “despedir-te”, fá-lo sem zangas e sem ressentimentos.
Que qualquer afastamento seja feito sem zanga e sem rancor, antes com gratidão pelo que foi partilhado e votos sinceros de realização para ambas as pessoas.
Por hoje, muitas coisas foram ditas aos seres masculinos e femininos presentes. Se em tudo isto meditarem e se deixaram as sementes desta nova atitude germinar, seguramente a vossa vida afetiva mudará para melhor!
Sejam felizes contribuindo para a felicidade do outro!
Aum e ámen! Que assim seja!
Jai Maha Maya ki Jai!

O nosso Amor é convosco!

13 fevereiro 2014

Elixir da Vida Eterna

(Mensagem de Mahavatar Babaji recebida por inspiração a 12.02.2014 por Ana Isabel Freitas)

Jai Maha Maya Ki Jai!
Eu me anuncio no teu mundo actual! Eu te recordo que tudo o que não é Uno é ilusório. Sê uno comigo, somos Um! Só Um existe. Só Um merece ser considerado.
Retira a tua atenção e consciência do mundo dos fenómenos e sê Um! Sem este movimento, perdes-te mais e mais à medida que avança a desagregação do mundo dos fenómenos.
Se não for essa desagregação, tu não procuras “refúgio” no Uno e não o redescobres. Perdes-te na periferia do Ser.
És, sempre foste e serás, mas não sabes e sofres. Quando sofres, intensificas a experiência na matéria e enredas-te nela ainda mais.
Sou Amor! É certo que só o Amor é Real! Frase muito repetida e pouco vivida e nada entendida, pois só a entendes se a viveres.
Qualquer sentimento de desamor te enfraquece, baixa o teu nível de consciência e afasta-te do Real, da Verdade. Nada rejeites. Ama tudo. Integra tudo. Desliza e flui na existência com consciência inconsciente de si mesma, pois não admite nada mais que consciência. Nada conhece que não seja consciência.
És Mestre do Devir e não sabes. Constantemente, co-creas coMigo! Co-creas a realidade que experiencias. A tua experiência é co-creação (1).
Querer é poder. O Ser é Omnipotente.
Ser é saber. O Ser é omnisciente.
Ser é existir em tudo. O Ser é omnipresente.
Quando te unes a Mim, esta sabedoria flui através da tua consciência para a realidade fenomenal. Se permaneceres em Mim, co-creas na realidade fenomenal.
Permanece em Mim, em constância. Para tal, cultiva a Fé absoluta. Fé que não admite hesitação nem a conhece. A fé inocente e pura não contaminada pelas trevas da ilusão, da inconsciência.
Tu és Luz, Sol Rutilante que não pode ver sombra alguma. Em tudo vê Luz e vê-Me a Mim, O Creador! Mesmo aquilo que, para os outros, possa parecer trevas, para ti, é luz, pois nada admites que não seja Luz! E aquilo que antes vias como trevas, vê agora como Luz e só a Luz será, pois só a Luz foi e é!
No mundo que é Luz, na Existência que é pura Luz, não há nada mais. Não há sofrimento, nem há tormento, nem há dor.
Precisas das técnicas de kriya (2) para retirares a tua consciência das trevas, para elevares os teus olhos e para retornares a Mim.
Depois de Me sentires, deixa-te impregnar de Mim e continua em Mim pelo máximo tempo possível.
Praticas os kriyas na preparação do amanhecer (Brahma Murat), para te ligares mais facilmente à Luz cujo embaixador no mundo fenomenal é o Sol!
E, no final do dia, depois do Sol se pôr, deves permanecer em recolhimento. Aproveita para repousar, pois é nesse período que as trevas se expandem e atuam nas mentes e nos corações dos seres humanos bloqueando a sua consciência.
Não te deites sem elevares a tua consciência à pura luz, acendendo essa lanterna, antes que o teu Ser na matéria entre em repouso. Assim, ele permanecerá em repouso até que despertes.
Desperta cedo, antes do próprio dia, para te preparares para o dia, pois quando todos estão despertos, o astral enche-se de interferências, de baixas frequências que afetam o teu veículo inferior se este não estiver suficientemente protegido.
Antes de te deitares faz um kriya pelo menos. Se estiveres equilibrado, basta um kriya bem executado e repousa na Minha consciência, preservando-te de contaminações e dos assaltos das energias negativas que pela calada da noite se alimentam nos templos abandonados.
A existência na matéria obriga ao cumprimento dos procedimentos necessários para que preserves a consciência e não te percas no emaranhado das ilusões mantidas pelas energias obscuras.
Esta explicação, ao atingir a tua consciência desperta, é o Elixir da Vida Eterna que já não a deixa adormecer.
Om Namah Shivayai!
Shivam Satyam Sundaram
Sê bem-aventurado! Sê! Quando tu e Eu somos Um, não é necessária mais comunicação, qualquer entendimento é imediato e não há nada a entender! Ser é experiência em consciência!
Sê! Agora e para sempre Sê!


(1) Creação – com esta grafia, refere-se a ato divino de manifestar na existência fenomenal.
(2) Kriya Yoga – O Yoga ensinado por Mahavatar Babaji que consiste em exercícios de respiração através de sushumna nadi (canal prânico no interior da espinal medula) para produzir a queima de karma negativo e acelerar a evolução da consciência.


01 fevereiro 2014

E eis a Libertação (2) ! Nunca tão próxima! Nunca tão simples!


(Mensagem de Mahavatar Babaji recebida por inspiração a 25.01.2014 por Ana Isabel Freitas)


Nota Introdutória: Esta mensagem foi dirigida em particular, mas não em exclusivo, ao grupo de yoguins (3) que reuniu no 30.01.2014 para sintonizar com o Mestre.
Mahavatar Babaji não é um Mestre sectarista, como Mestre Ascenso que é, logo fala sempre para a Humanidade e não distingue credos, nem posturas filosóficas e ou espirituais.

Saudações aos yoguins! Saudações aos kriyabans… praticantes (nota de humor)!
Venho para anunciar mudanças. O yoga é vida, é movimento constante, é mudança por vezes abrupta por vezes subtil. É preciso que estejas preparado, tal como um guerreiro pronto para o combate.
Estranhas que Eu, Mestre da Paz, te fale em guerra? Pois ainda não percebeste muita coisa e urge que te desapegues de preconceitos e te apliques em desenvolver a tua inteligência.
Aquele que é ignorante julga rápido e condena ainda mais rápido. Não há como ajudá-lo, resiste a crescer.
Estou aqui para aqueles que querem decididamente crescer, por isso vos chamei “yoguins” aqueles que praticam a ciência do yoga. Não aqueles que frequentam a tal escola, o tal centro, o tal professor.
Aquilo que faz de ti yoguin é a prática. De quê? De te ligares a Mim. As técnicas são fios condutores, são cordas que te ajudam a elevar em consciência, são portas que te abrem caminhos de luz que ao trilhares te trazem a Mim.
Eu sou Yoga, Eu sou União, Eu sou o Uno.
Quando Me invocas na tua prática, na tua vida, estás a buscar essa união com Aquele que sou, com o Princípio da Creação (1).
Eu venho, neste momento de vida da Terra, bem próximo de ti… Porque não estendes a mão? Houve muitas vidas em que tentaste e ainda te era tão difícil. Por isso, hoje, estás aqui, onde podes chegar até Mim. Porque hesitas? Que temes perder?
Filho… Medita e pondera no teu coração: que mal te pode fazer a luz? Não atrases o teu passo porque a mente hesita. Quantas vezes a mente te enganou? Porque nela acreditas? Escuta o teu coração profundo, … segue-o .É tão simples que ainda não o fizeste! Vim para lembrar-te que sejas SIMPLES, para que não te condenes ao fracasso.
E ama a VERDADE. Liga-te à verdade, pensa, sente, fala com verdade e estarás cada vez mais próximo dela. Afasta-te de toda a falta de autenticidade, não te corrompas, não te poluas.
Sente AMOR, a cada momento, sente amor por ti, por todos e por tudo. O Amor é a vida que flui dentro de ti e te liga a tudo. Amor é a vida plena, que te traz alegria, criatividade, realização, completude. Amor é entrega, traz-te libertação.
Na Simplicidade encontras o caminho.
Na Verdade, caminhas para o Céu, a direcção certa.
No Amor, mergulhas na Vida Maior, em Mim.
Que mais posso dizer-te? A ti digo que já disse e não ouviste, que já ouviste e não Me creste, que Me creste e não tens coragem.
Cura-te de seres surdo à palavra certa, de seres fechado em ti mesmo, de teres medo do amor. Isso, não posso Eu fazer por ti, porque as regras que eu creei, Eu não vou contrariar.
O teu livre arbítrio será respeitado. Tu crês que estás preso no entanto creei-te livre. E mesmo que te tenhas enredado em mil redes e mais, tu és livre de quereres libertar-te. Se a prisão se tornou confortável, que direito tenho eu de ta negar?
Nada quero de ti, nada quero para ti, para além de que cumpras o teu destino. Eu estou aqui para os que querem, apenas isso.
Tu que vives no tempo limitado, não tens pressa… eu que que vivo no Eterno, porque haveria de ter?
Filho querido, decide-te. Toma as rédeas da tua vida. Busca o rumo que serve a aspiração do teu coração e esquece todos os atraentes caminhos que não têm saída.
Amo-te, qualquer que seja a tua escolha, assim é o Amor Divino. Mas não venho para oferecer consolo a corações irresolutos que estão fechados a Mim. Na verdade, Eu aquele que sou, me faço humilde servo que cumpre a tua vontade, porque no dia que te creei, te creei livre como Eu sou.
Na azáfama de seres praticante de yoga e das suas técnicas, nunca esqueças SER, simples, verdadeiro e amoroso!
Eu estou aqui para te lembrar que é preciso SER! Sê, e não pretendas, sê e sendo acabarás por encontrar a luz! E sê na vida e não no compartimento fechado da tua mente. Ser é deixar a vida fluir em si.
Por agora, a minha última mensagem para ti é: ABRE-TE À VIDA, deixa que a vida entre em ti, te percorra, como o sopro que entra na flauta e produz o harmonioso som.
Krishna toca a flauta, Deus insufla o sopro da vida na flauta que és tu (7 furos, 7 chakras principais).
Não queiras vir a ser o que já és! Pareces um pobre gato às voltas querendo caçar o seu rabo! Pára, e realiza que já ÉS! Pára qualquer busca e ENCONTRA-TE! É parando que vais chegar!
Ouve no teu coração estas palavras que contêm a essência do conhecimento. Se fores honesto, reconhecerás a verdade. Se fores corajoso não poderás senão segui-la.
E eis a Libertação (2) ! Nunca tão próxima! Nunca tão simples!
Aquele que Eu sou saúda-te! Amor, Luz e Paz! Om Namah Shivayai Namaha!

Notas explicativas:
(1)  Creação – com esta grafia, refere-se a ato divino de manifestar na existência fenomenal.
(2) Libertação – no Cristianismo: Salvação; no Budismo: Nirvana; no Hinduísmo: Moksha; Bem-Aventurança.
(3) Yoguin - aquele que pratica a ciência/filosofia do yoga.

Mente que mente…

Um homem que era rei tinha um segredo. Se o segredo fosse revelado, automaticamente deixava de ser rei. Outro homem, alguém muito discreto, era o único, para além do rei, que conhecia o segredo e logo o podia destronar.
O rei vivia em pânico, tinha pesadelos com o dia em que aquele homem se determinasse a revelar o segredo. Mandou selar todas as estradas que levavam à sua casa e deu-lhe ordem de prisão domiciliária.
O rei tinha apenas um súbdito. Se o perdesse, como poderia ser rei? Vigiava-o dia e noite e era ele o seu professor para que o súbdito nada aprendesse de outro.
Um dia de sol radioso, o súbdito teve um rasgo de iluminação e perguntou a si mesmo: porque é que um rei tão poderoso temia o homem discreto cujo nome nem se podia pronunciar?
Ingénuo, ainda, o súbdito acorreu ao seu rei e professor a quem colocou a questão: porque não posso conhecer o homem que isolaste e que nem o nome se pode conhecer?
O rei a arder em preocupação, conseguiu aparentar grande calma e explicou que esse homem era amaldiçoado e que os que tentassem ir ter com ele não mais teriam paz.
O súbdito ficou intrigado, pois o rei era uma pessoa sem paz! Porque temia ele perder algo que não tinha? Não, pensou o súbdito, o rei não dissera toda a verdade.
Assim que teve oportunidade, o súbdito meteu-se a caminho, em segredo, mantendo o rei iludido de que acreditava na sua explicação. Não teve de caminhar muito. Sem saber, sabia o caminho e de repente estava lá, na casa do homem sem nome, mas de sorriso aberto e porta aberta, também, que nem fechadura tinha.
Estranhamente, sentia conhecer aquela casa. Era como se fosse sua e, nela, tudo o que encontrava, sentia que era seu, sentia que o refletia. As paredes eram feitas de espelhos que mostravam-no de todos os ângulos e o súbdito alegrou-se por poder conhecer-se melhor.
Quando decidiu sair, o anfitrião obsequioso, sorriu-lhe e acenou, dizendo que podia voltar sempre, que estava na sua casa.
Pelo caminho, o súbdito refletiu que nunca tinha sentido tanta paz… Não podia deixar de voltar. Que faria com o rei?
No dia seguinte, o rei atento, percebeu que o súbdito não o olhava do mesmo modo e inquietou-se com a situação.
Olhando o rei aflito, o súbdito percebeu que, onde reside o medo, não pode estar o poder. E, de mais a mais, se era o único súbdito do reino, estava em si o poder de destronar o rei. Decidiu que fá-lo-ia, se o rei o tentasse impedir de visitar o homem sem nome.
E foi assim … que o rei perdeu o reinado. O súbdito não o desprezou, apesar de mentiroso, porque percebeu que o rei pensava estar a cumprir a sua obrigação, manter o reino.
Deixou-o administrar uma parte do reino, o reino que afinal não era dele, mas nunca mais se submeteu, pois ele, sim, era livre. Podia ir onde bem quisesse, pois se assim não fosse, nunca se teria conhecido!

O rei é a tua mente, o homem sem nome é o teu coração… e tu? És o súbdito ou és o homem livre?

Texto de Ana Isabel Teixeira de Freitas