(26.07.2016 por Anandi -
Ana Isabel Freitas)
Os seres humanos muito
sensíveis à harmonia, nomeadamente à estética, correm o risco de buscar essa
harmonia, a perfeição, no mundo da forma, da matéria e, dessa forma, se
perderem.
A perfeição que se consiga
no mundo da forma exige muita energia, muitos recursos, nomeadamente tempo, é
fugaz, dura pouco. Após alcançá-la, se é que a pessoa fica satisfeita, sabe que
é fácil perdê-la, o que traz instabilidade e ansiedade, pois a pessoa está
apegada a essa perfeição ilusória. Sem ela, sente-se “despida”, incompleta,
desconfortável.
A busca da perfeição
eleva-nos, se essa busca se direcionar para o aperfeiçoamento das qualidades
nobres do ser, para a modelação da sua atitude interior e da sua ação no mundo,
com vista ao cumprimento do propósito da sua existência neste plano.
Seguindo os princípios de
vida que Haidakhan Babaji ensinou, nomeadamente, a simplicidade, escapamos a
essa armadilha. Pois a perfeição alcançável neste mundo implica a elaboração
excessiva e a perda da naturalidade, implica a artificialização.
Aquele ser humano que se
torna e torna a sua vida muito artificial, muito regulada por padrões estéticos
materiais, por ocupações que consomem excessivos recursos materiais e tempo, na
verdade, perde-se. Ao criar determinados hábitos, não fica bem se não os
alimentar e ao alimentá-los, não tem tempo para se ocupar do seu interior e do
caminho superior, investindo toda a sua energia e recursos para manter uma vida
e uma aparência, uma imagem, que mais tarde ou mais cedo se vai erodir.
Toma atenção pelos caminhos
em que andas, pois aquilo que vais alcançar depende daquilo em que te ocupas e
valorizas. Se investes tudo na imagem, a consequência será um vazio interior
crescente, uma insatisfação que não há como contentar.
“Em Roma sê romano” Na
Terra, mundo de imperfeição, aceita as imperfeições do teu veículo terreno, da
tua vida terrena. Cuida os aspetos terrenos sem permitires que te ocupem
totalmente.
Vieste a este mundo denso e
imperfeito para trabalhar as qualidades da tua alma, para que ela possa, de
novo, refletir a perfeita centelha divina que, na realidade superior, já és.
Mantém a proximidade com a
Natureza, no seu estado “selvagem” ou seja natural. Ela te inspirará e te
nutrirá e, então, preparar-te-ás para alcançar toda essa beleza e perfeição
pela qual a tua alma anseia.