27 março 2015

Porque sofre o ser humano?

(Escrito por Ana Isabel Freitas, em 11.08.2013 revisto a 27.03.2015)

O sofrimento é endémico da Humanidade, pois a busca desenfreada do prazer só pode ser detida pela aplicação implacável da dor.
A obstinação do ego só pode ser vencida pelo cansaço das derrotas consecutivas e da profunda frustração.
Quando o ser humano não tem recursos para se valer, devia disparar o mecanismo de salvaguarda fazendo-o dirigir-se aos seus irmãos terapeutas e curadores, contudo o demónio do ego (não estou maluco!), do orgulho (não preciso de ajuda!), da mente (isso não vai resultar!) manifesta-se com falinhas mansas de falso amigo e desvia a pessoa em risco do tão necessário auxílio.
Assim, a escolha é sofrer, muitas vezes em silêncio, mantendo-se a recusa de recorrer a métodos e técnicas que se desconhecem e receiam e os quais não se procura investigar.
Aos que se apercebem do sofrimento de outro ser humano em isolamento, não resta outra coisa que não seja observar imóvel e imperturbável esse sofrimento de quem, necessitando de ajuda, não a aceita.
A fera do ego e do medo só pode ser eficazmente enfrentada pela confiança e paciência imperturbáveis de quem está com a verdade. Se estás com a verdade, não podes desassossegar-te. A paciência infinita, a longanimidade, é o dom dos mestres ascensos e das almas iluminadas, porque só ela atesta a fé que não vacila.
Um dia, aquele que deambula perdido na escuridão cansa-se e vencido busca a luz que brilha em todos os que vivem a fé. Esse é o momento, em que o auxílio pode ser prestado, quando o coração se abre e se torna receptivo.
A energia de cura é a energia do amor e o amor não pode ser imposto, pelo que o toque de cura também não.