As formigas e outros animais acumulam reservas para o Inverno, tempo em que o alimento é mais escasso e, assim, revelam conhecer as leis e os procedimentos naturais que regem a Vida. Os seres humanos também os devem conhecer.
No Inverno, os seres estão menos ativos, logo também não necessitam de tanto alimento. Necessitam do aquecimento suficiente para se manterem vivo o seu corpo denso ou material, para nutrir o seu cérebro que aliado à mente e à consciência produz as reflexões. Este estado mais introspectivo acompanha o tempo invernoso que leva os seres a estarem “dentro de casa - abrigo externo” e “dentro de si - templo interno”.
No Inverno é tempo de manter-se vigilância ao que foi cultivado, dar acompanhamento, não é tempo de plantar. Algumas plantas frutificarão no Inverno e os seus frutos serão colhidos para ajudar os seres a nutrirem-se na época fria.
Se tentares desesperadamente plantar no Inverno, não vai correr bem, quaisquer que sejam os teus esforços. Terás de quintuplicar o trabalho para ter um quinto do proveito.
Aceita a chegada do Inverno, faz o trabalho interior, escolhe as sementes, prepara-as com os teus sentimentos e pensamentos e, então, ao chegar o tempo de plantá-las, planta-as com a confiança de que darão os frutos que projetaste bem.
Consciente de que o ambiente externo em que as tuas plantas crescem é influenciado por muitos outros fatores que não podes controlar diretamente, entra em diálogo com os elementos (terra, água, fogo e ar) a partir da tua consciência EU SOU, pois eles expressam essa mesma presença EU SOU, e convoca-os para trabalharem a favor da tua colheita.
Consciente que que outros seres (animais e plantas) também fazem parte do ciclo de desenvolvimento das tuas culturas, aceita partilhar com eles uma parte justa da tua cultura. Não seria justo os matares para poderes obter o máximo proveito da tua cultura, suprimindo as cadeias da Vida natural.
A abundância é a realidade da Vida, pois a Vida é Amor e o Amor é expansivo, nutre e multiplica. O segredo para viver na abundância é Amar ilimitadamente. A Vida retribui aos que amam de forma desinteressada, aqueles que amam com a naturalidade com que respiram.
Voltemos ao teu Inverno, esse tempo de recolhimento e de planeamento – preparação das sementes – para que não anseies a eternização do Verão, para que te adeqúes e faças no Inverno o que é próprio do Inverno. Será sensato lutares contra a força da corrente? Duvidas que a corrente da Vida é a mais poderosa força das forças e não pode ser anulada nem vencida? Crês que se pode atingir a bem-aventurança, a alegria e a felicidade duradouras através da destruição da Vida e da sua orgânica natural?
Rende-te amorosamente ao Inverno e aprende a amar todas as estações, a trabalhar com as estações da Vida, a seres um elemento construtivo da engrenagem mágica, em vez de seres um incómodo, um obstáculo, um elemento disfuncional que a Vida tem de expurgar ou que tem de “corrigir-se” para poder permanecer no ciclo da Vida.
Dança com a Vida, com a coreografia das estações. Assim e só assim o teu coração pode sentir Paz e Alegria.
Compreende os ritmos naturais e cura-te de todas as maleitas do corpo e do espírito.
No Inverno, reduz a atividade externa, protege o corpo, nutre-te com os alimentos de Inverno, arruma a tua casa, faz os teus planos, reserva tempo para refletir, descansa um pouco mais, por isso as noites são mais longas e os dias mais curtos. Só assim poderás acolher a chegada da Primavera em plena forma e ter a felicidade de ver a tua vida florir e atingir a plenitude do Verão ao frutificar.
O Cristo nasce em pleno Solstício de Inverno como “semente” que, em si, é fruto da interiorização e da reflexão; que, em si, é o reflexo daquilo que a tua consciência EU SOU já construiu e desenvolveu como expressão individualizada da Força Creadora, à qual tu chamas “eu”, mas que na Verdade é mais que isso, é “EU SOU” em todo o potencial.
É agora o tempo de realizares o teu balanço do ano que termina e a tua planificação para a Primavera, o novo ano que em breve começa.
