(02.04.2016 escrito por Ana Isabel Freitas)
Meditando sobre o sentido deste adágio, verifico que
quando duas pessoas amigas se zangam, aquilo que antes era do seu domínio
privado tende a vir ao de cima, pois uma e a outra pessoa irão desabafar e
partilhar com outras pessoas amigas. É um processo normal e, até certo ponto,
desejável, pois quando as pessoas não desabafam, sobrecarregam-se e não podem
recolher outros pontos de vista que as ajudem a compreender e a sanar melhor a
situação ocorrida.
Contudo, é importante que esse desabafo ocorra com
pessoas positivas e reflexivas para que seja um exercício de limpeza, com honestidade
e justiça, e não de mero despejo de maus sentimentos e intenções sobre o alvo
das queixas.
Uma vez que este desalinho pode ocorrer, a palavra
“verdade”, no contexto deste adágio, deve ser entendida no sentido de “aquilo
que antes era privado” e ainda como “a verdade do sujeito falante”. Assim, resta
também a quem ouve, a responsabilidade de saber ouvir e de ter discernimento.
Como saber o que é verdade e o que não é? Há umas
regras que sigo e que passo a partilhar:
Não confio em quem se apressa em explicações que não
foram pedidas, pois revela estar desconfortável com a sua situação e tende a
justificar-se e a desculpar-se ou a isentar-se de responsabilidades.
Também não confio em quem, mesmo aparentemente
controlado, tenta manipular a minha opinião através de sugestões dissimuladas.
Adicionalmente, procuro seguir o seguinte princípio:
não julgar. Que ganho em julgar? Em imiscuir-me nos assuntos que não são meus?
Em fazer acusações que carecem de fundamentação?
A experiência de vida quando refletida traz prudência
que é, assim, sinal de maturidade. Todos nós já passámos por situações em que,
depois de sermos esclarecidos, desejámos não ter julgado alguém tão mal e
injustamente.
O ser humano maduro controla as suas emoções e, deste
modo, evita muitos sarilhos.
Finalizo como comecei... com outro adágio: “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti” que deriva da sabedoria imensa e luminosa do Mestre Jesus.
Finalizo como comecei... com outro adágio: “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti” que deriva da sabedoria imensa e luminosa do Mestre Jesus.