(Mensagem por
inspiração recebida a 12.01.2014 por Ana Isabel Freitas)
Quando
dedicamos algum do nosso tempo a sintonizar com a presença da Mãe Divina, não
interessa o nome, se é a Senhora de Fátima, a Senhora das Graças ou Maha
Lakshmi (Deusa da Abundância – Hinduísmo) ou Saraswati (Deusa da Sabedoria –
Hinduísmo) ou Hathor (Mãe Divina na tradição do Antigo Egipto).
Na
realidade, todas estas energias são a manifestação do divino mais ao nosso
alcance. E podemos simplesmente dirigir-nos à Mãe Divina Universal.
Quando
nos dirigimos às representantes do princípio divino, é ao próprio princípio divino
que nos estamos a dirigir, tal como quando nos dirigimos ao embaixador de um
país sabemos que nos estamos dirigindo ao próprio estado, não à pessoa do
embaixador, mas àquilo que, na sua função, ele próprio representa.
É importante para
todos, não só para as mulheres, sintonizarem com o princípio feminino. E nos tempos em que vivemos, neste
preciso momento da vida da Terra e da Humanidade, ainda é mais importante, porque
neste mundo relativo, neste mundo de polaridades, de dualidade, de separação,
de contraste, de opostos, a energia do feminino está desfavorecida, está menos
presente e isso representa um grande desequilíbrio para a Humanidade e para a
Terra.
A
Terra, em si mesma, encarna a potente energia do feminino. E para que haja
equilíbrio neste mundo da manifestação, no mundo relativo em que existem sempre
os opostos, é necessário trabalho para equilibrar os opostos.
Para
que possamos ter vida na Terra e para que tudo corra bem, precisamos de ter
noite e dia, nem a noite é mais importante, nem o dia é mais importante, ambos
são necessários, cada qual tem a sua função.
Do
mesmo modo, a energia masculina e a energia feminina são necessárias, cada qual
tem a sua função, nenhuma tem primazia sobre a outra. É no jogo de vaivém entre
os dois opostos que a vida acontece. Esse jogo é natural e é necessário. Sem
esse vaivém não há vida na manifestação.
No
mundo absoluto, o mundo da unidade, não existem estas cisões, masculino e
feminino, noite e dia, bom e mau. Está tudo unificado, tudo permanece na unidade
original. Então, cabe-nos a nós, que aqui estamos encarnados, compreender a
necessidade de trabalharmos o equilíbrio. Somos como equilibristas no arame,
Não há outra hipótese, o nosso trabalho é no arame. E por isso mesmo, temos de
trabalhar constantemente o equilíbrio. E o equilibrista vai de uma ponta à
outra do arame, se ele permanecer numa só ponta, jamais será equilibrista.
Na
ponta do arame, existe um lugar onde fica parado. O seu trabalho, a sua vida é
ir desse ponto extremo ao ponto extremo seguinte e retornar e ir e vir, porque
sem esse vaivém não há vida, tudo cessa, tudo morre.
Consequentemente,
não devemos ver como uma desgraça e uma calamidade essa inconstância, essa
mudança, esse vaivém. Devemos assumir isso e aceitar isso por aquilo que é, o
natural, a vida. Como pode existir um rio sem fluxo de água? A vida é um rio, é
um fluxo. Tudo é cíclico, na vida tudo é cíclico, tudo oscila, tudo se
transforma, tudo tem movimento.
Quando há ênfase numa determinada
polaridade, surge um desequilíbrio. Podemos
ver, por exemplo, o que acontece com as pessoas que vivem em países onde no
Inverno praticamente não há dia e no Verão a noite se encurta bastante. Sabe-se
que a taxa de suicídios aumenta no período escuro e na saída desse período, exatamente
porque faz falta a luz solar, faz falta o período do dia. Isso torna a vida
mais árdua nessas paragens, nessas condições. É necessário arranjar forma de
compensar a falta de luz solar na vida das pessoas, para minorar o efeito da
falta.
A
vida é um livro aberto que constantemente podemos ler. Observando essas
realidades que estão à nossa vista, meditando nelas, torna-se mais fácil
compreender a extrema necessidade de equilibrar os opostos e de constantemente
viajar de um para o outro, procurando não privilegiar nenhum.
A polarização no
masculino, na energia positiva, ativa, traz-nos um perigo: o fechar do centro
energético do coração (coração espiritual). O ser humano passa a viver mais na mente que tem uma
energia mais masculina, a energia da lógica, da razão, do hemisfério esquerdo do
cérebro. E porque representa isto um “perigo”?
É
através do centro energético do coração que mantemos viva e atuante a expressão
da nossa divindade, mesmo na matéria. Ao fecharmos o coração espiritual, perdemos
essa conexão e passamos a viver mais na materialidade, na estrita racionalidade
e na animalidade também, ou seja, passamos a viver de uma forma mais básica e
logo negativa em termos de crescimento integral.
Nas
civilizações antigas, era mais comum privilegiar-se o feminino. Eram sociedades
matriarcais que se organizavam em torno do conceito de “mãe”, logo do princípio
feminino.
Essas
sociedades estavam ligadas à Natureza, à Terra, à Mãe terra e o que a vida lhes
ensinava é que tudo vinha da Mãe e que a mãe era a fonte de vida. Por isso
mesmo, era necessário acolher a mãe, enaltecer a mãe, agradecer à mãe. Esta
atitude trazia naturalidade e equilíbrio às relações humanas.
Reflitamos…
No mundo da manifestação primeiro vem a mãe, a mãe é a faceta visível do pai. O
princípio criador manifesta-se e o mundo manifestado é produto dessa
exteriorização, dessa expansão, da polarização. Por conseguinte, é através da
Mãe que se chega ao Pai e é através do coração que eleva a consciência para nos
re-ligarmos (re-ligião) ao divino.
O
coração espiritual representa a recetividade, o Graal, a taça que acolhe, que
recebe, o útero, a maternidade do feminino.
O
coração espiritual é um lugar de interioridade e, para estar na energia do
coração, é preciso ir para dentro. Como? Sossegando a mente, desligando do seu
ruído, através da reflexão (pensar com visão e profundidade) e da meditação
(escutar a voz interior, sentir profundo).
É
necessário abrir o coração espiritual para fugir da prisão do mental.
Do
que acima se disse, resulta que, ligar-se mais ao princípio feminino é muito
menos perigoso do que ligar-se mais ao princípio masculino. No entanto, não
significa que vamos ligar-nos ao princípio feminino e permanecer nele. Não, o
nosso ideal, o
nosso caminho é em direção ao androginato interno. O ser andrógino é
aquele que “casou” as duas polaridades dentro de si, porque esse é aquele que
se aproxima do divino que é Uno.
O
princípio criador não tem polaridade, é uno é indiviso. Realizando o androginato
interno o ser humano torna-se divino, retorna ao divino.
Falemos
um pouco mais sobre o andorginato interno. Porquê interno?
Neste
mundo da manifestação, o androginato poderá ser apenas interno. Externamente,
manifestamo-nos num sexo, assumimos uma identidade sexual masculina ou
feminina. No entanto, cabe a cada homem e a cada mulher, internamente,
desenvolver os atributos e as qualidades do masculino e do feminino, em
equilíbrio.
Dentro
de cada ser humano, é importante que exista equilíbrio entre estas energias,
entre estas polaridades. Nenhuma é mais importante que a outra. E dependendo do
equilíbrio de forças ou desequilíbrio que exista dentro de cada um de nós,
então, identificando-o, devemos aplicar-nos em fazer a compensação.
Analisemos
o caso de um desequilíbrio
à escala planetária: Um dos grandes problemas do mundo atual é que,
em muitas mulheres, a energia do masculino é a que está mais ativa. Isto não
tem a ver com a forma, o aspeto com que a mulher se apresenta. Ela pode apresentar-se
de uma forma muito feminina e internamente a sua atitude ser essencialmente
masculina cerebral, emissiva, racional.
Porque
é que isto aconteceu? Esta deturpação aconteceu em virtude daqueles que foram
encarnando como seres masculinos terem assumido a primazia e terem colocado a
mulher num estado e numa condição de subserviência, primeiro, fazendo valer-se
da força física superior. A mulher, em reação, procurou igualar-se ao homem,
lutar com as mesmas armas e tornar-se masculina para poder vencer num mundo
masculino. Porém, esse não foi o caminho correto para a mulher.
Vejamos
o caso dos lutadores. Cada um luta melhor com a sua arma. Então, se a mulher
tinha de ir à luta, porque havia uma condição de desigualdade imposta e era
necessário de alguma forma usar a força, a mulher devia ter usado ainda mais o
feminino. O feminino também tem força, é subtil e, no entanto, eficaz.
A
compreensão de que existe este desequilíbrio é importante. É importante que as
mulheres entendam que serão mais valorizadas, quanto mais elas forem a
expressão daquilo que é a essência que escolheram representar nesta vida, a
expressão do feminino. E é importante que os homens também compreendam que é
tempo de se libertarem do karma (dos resultados de ações passadas) da subjugação
e que é tempo de se libertarem da atitude que revela baixo nível de
consciência, a atitude de subjugar e de desprezar a mulher, até porque estão a
desprezar a sua própria origem. Nenhum homem pode nascer que não seja de uma
mulher e desprezar a sua origem é desprezar-se a si mesmo.
Em geral, os homens têm
muita resistência a todos os caminhos que levam a abrir o coração espiritual e, presentemente, muitas mulheres também
apresentam esta tendência, pelas razões que anteriormente apontámos. É urgente
que este engano se desfaça, que essas falsas crenças sejam expostas e que cada
um assuma o compromisso interior de mudar.
É
importante que olhemos para cada ser humano, em primeiro lugar, não como homem
ou mulher mas como pessoa, como um ser humano e divino. Ser homem ou mulher vem
em segundo lugar ou em terceiro lugar.
É
importante não ser preconceituoso e respeitar o espaço de manifestação de cada
um. Deixar que os homens desenvolvam o ser feminino e que as mulheres
desenvolvam o ser masculino, sem complexos. O que corresponde ao exemplo
clássico de não obrigar os meninos a brincarem com carros e as meninas com
bonecas, deixá-los escolher livremente os seus brinquedos e as suas
brincadeiras.
Quando vimos orar à mãe, vimos também enaltecer o feminino,
o que ajuda a trazer este equilíbrio à Terra e a fazer este equilíbrio em cada
ser humano. Afirmar a energia do feminino, trará mais equilíbrio na comunicação
e na relação entre todos.
Os
homens aprendem o feminino com o exemplo das mulheres, as mulheres aprendem o
masculino com o exemplo dos homens. Esta é a forma básica, porque digamos que
os homens são os embaixadores do masculino e as mulheres do feminino, por
natureza. O que não significa que as mulheres não possam também aprender o
masculino de outra mulher ou os homens aprender o feminino de outro homem,
basta que essa mulher ou esse homem saiba manifestar adequadamente, expressar
adequadamente ambas as energias, dando exemplo na realização do androginato
interno.
No
presente, e para facilitar todo o processo de mudanças em curso, é necessário
pôr a ênfase na energia da deusa. O poder do feminino está a regressar para reequilibrar as
forças, não para dominar.
Ainda
no contexto da reposição do equilíbrio entre as polaridades feminina e
masculina: quando
a mulher tem a oportunidade de ser mãe de um rapaz, ela tem a
oportunidade de ouro de contribuir, em larga medida, para a mudança de visão,
de atitude e de comportamento dos homens na Terra, digamos que ela tem a chave
para o sucesso desse empreendimento. Que todas as mulheres saibam educar os
seus filhos rapazes no respeito da energia feminina. Que elas não cedam às
tentações de competição, amesquinhado as outras mulheres para serem mais
queridas do seu filho, que sejam leais para com as outras mulheres e pensem e
desejem que o seu filho trate as outras mulheres como elas próprias gostam e
querem ser tratadas.
E
quando a mulher tem a oportunidade e a responsabilidade de educar outra mulher,
deve saber passar corretamente a energia da deusa e, para isso, ela deve ser
exemplo, ela tem de ter respeito pela sua condição de mulher, para que a sua
filha não seja mais um espírito submisso, nem um espírito competitivo, lutando
de forma errada. Para que, pelo contrário, seja uma digna representante da sua
condição feminina e para que ela própria como futura mãe desempenhe bem o seu
papel com os seus filhos.
Orar
à Mãe é ter consciência de tudo isto. Orar à Mãe é ligar-se a esta energia
forte, poderosa e tão necessária, é pedir que ela ocupe o seu devido lugar no
coração de todos os seres humanos, é curar a mãe Terra, é curar a humanidade, é
uma grande responsabilidade.
Orar à Mãe, não é uma
coisa de mulheres, é um ato para seres humanos conscientes. Já era, o tempo em que podia fazer
algum sentido pensar q havia coisas de mulheres e coisas de homens. Cultivar
esse sentimento e essa atitude é estar nas profundezas do passado, nas trevas e
na escuridão. É continuar a cultivar a cisão é não ter esperança num futuro
melhor.
Quando
um homem é capaz de desenvolver o feminino e de assumir o princípio feminino em
si, ele é muito mais homem. Está na natureza das coisas que os opostos se façam
sobressair. Se olharmos a roda das cores, a cor que salienta mais a outra cor é
sempre a cor que está no seu oposto. Se falamos do azul, para salientar o azul
pomos o laranja ao lado, se queremos salientar o vermelho colocamos o verde e
se queremos salientar o amarelo colocamos o violeta.
É
simples. É só olhar, observar e compreender como as coisas são. Do mesmo modo,
a mulher que afirma em si o masculino, ela ainda é mais feminina e o masculino
dá brilho e firmeza ao seu feminino.
O
masculino sem o feminino é rígido e é quadrado, o masculino com o feminino é delicado
e expressivo. O feminino sem o masculino é sem consistência, é sem forma, é sem
espírito e o feminino com o masculino é brilhante, é expansivo, é firme.
Deixemos
que se faça a compreensão nos nossos corações e sejamos conscientes quando
invocamos a força da Mãe e a presença da Mãe. Sejamos conscientes daquilo que
está em jogo, sejamos atores conscientes neste teatro da vida.
Não
interessa quantas ave-marias se rezam, mais importante é que em cada ave-maria
esteja presente e associada a devida intenção e compreensão.
Num
terço, para cada pai-nosso rezamos 10 ave-marias, pois no mundo relativo, é
necessário enfatizar o feminino, por isso temos de orar à mãe mais vezes ainda.
Apoiarmo-nos na Mãe. É sempre ela que está ao nosso lado, no momento de necessidade
é sempre ela que está mais próxima.
É
preciso meditar em tudo aquilo que fazemos, a razão, o propósito, o modo como
fazemos, senão tudo aquilo que fazemos tem pouco peso, pouca força e pouco
sentido.
Procuremos
fazer tudo de uma forma mais consciente e quando não soubermos devemos
questionar, procurar respostas. Devemos ter o interesse de saber. Quando temos
o interesse em saber, o conhecimento vem até nós.
Sintamos
então a presença da deusa, sintamos a sua energia poderosa, a sua capacidade
inesgotável de amor, a sua compreensão sem limites, a sua dedicação
inexcedível, o seu apoio e carinho incondicionais, a sua abertura, a sua
generosidade, a sua capacidade de acolher, de educar, de orientar, de proteger.
Sintamos essa energia forte e poderosa dentro de nós.
E
quando temos essa vocação coloquemo-nos ao serviço da Mãe. Sem limitações, com
disponibilidade para participar neste grandioso trabalho do retorno da
verdadeira energia da deusa, da afirmação do poder do feminino, para a elevação
da consciência dos seres humanos, da Terra,
para que mais almas sejam encaminhadas para a luz! Que assim seja!
Nota: Aos pés da Mãe, a inspiração
recebida pela Ana Isabel Freitas foi gravada. Este texto consiste na
transcrição da gravação com pequenas adaptações consideradas convenientes pela
recetora. É um texto inspirado, não uma mensagem “ditada”, por isso passível de
adaptação.
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